Seja sincero(a): qual a primeira coisa que lhe vem à mente, quando vê a imagem acima? Apostamos que é: Pião da Casa Própria.
Senor Abravanel, como diz a história, era um impubere mascate na Rua do Ouvidor, lá no Rio de Janeiro. Vendia canetas e porta-títulos-de-eleitor. Certo dia, foi pego pelos fiscais; e teve seu destino selado.
O então fiscal achou que aquele moleque levava jeito para locutor de rádio — e incentivou-lhe a fazer alguns testes. E o resto é história!
A questão é que Silvio Santos, já radialista e empreendedor experiente, acabou trocando o Rio por São Paulo. E tornou-se amigo de Manoel da Nóbrega (sim: o pai de Carlos Alberto, o “herdeiro” da Praça).
E foi assim que Senor acabou “ganhando” de Manoel, uma empresa quebrada: o tal Baú da Felicidade. E como Silvio conseguiu transformar uma massa falida em uma potência? Isso é assunto para um livro!
A questão é que um dos meios de “vender mais carnês”, foi justamente aliar “entretenimento” com “comercial”. E eis que Silvio se dá contas de que fazer programas de TV, era a melhor forma de alavancar seus negócios empresariais.
Então foi isso: Silvio, na verdade, começou como um grande “propagandista” (igual aquele pessoal que aparece na Sônia Abrão, vendendo Omega 3, Cogumelo do Sol entre outras coisas). E acabou se transformado num mito!
Pião da Casa Própria
Num país com déficit habitacional, como poderia dar errado, a estratégia de sortear “uma casa própria por semana”? Não tinha como!
E foi assim que o Silvio Santos lançou o “Festival da Casa Própria”: aqueles que compravam seus carnês, ganhavam cupons para participar de.sorteios.
Uma vez sorteado — calma, ainda não ganhou a casa — ia ao programa participar de um jogo, concorrendo com outros participantes sorteados. A sorte é que decidiria quem ganharia a sonhada casa própria!
E foi assim que surgiu o “pião da casa própria”.
O tema
E certamente, a primeira coisa que lhe vem à mente, qual é? A musiquinha do pião!
Trata-se, na verdade, de uma canção clássica bem conhecida e executada: Holliday for Strings (numa tradução literal, “feriado para cordas”; algo como, “festa para violinos).
Contudo, o que imortalizou essa canção no imaginário popular brasileiro, foi justamente a introdução criada por Henry Jerome: violinos “nervosos”, em stacatto.
O “foim foim” virou sinônimo de “pião da casa própria”. E ajudou a transformar cenas constrangedoras (como o rodopiar do então desconhecido Pastor Marcos Feliciano, ou da já consagrada Letícia Spiller) em memes inesquecíveis!